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COMUNICADO À IMPRENSA 31 de março de 2021

Em plena recessão, a África Subsaariana se prepara para a recuperação

Tecnologias digitais são essenciais para impulsionar o futuro do trabalho

WASHINGTON, 31 de março de 2021—Estima-se que o crescimento económico na África Subsaariana tenha sofrido uma redução de 2,0% em 2020, um valor próximo do limite inferior da previsão feita em abril de 2020. As perspetivas de recuperação estão a reforçar-se no meio de ações para conter novas vagas da pandemia e acelerar o lançamento da vacinação, de acordo com a análise económica bianual do Banco Mundial para a região.

O mais recente Africa’s Pulse, o futuro do trabalho em África: Tendências emergentes na adoção da tecnologia digital, observa que uma propagação mais lenta do vírus e uma menor mortalidade relacionada com a COVID-19, um forte crescimento agrícola e uma recuperação mais rápida do que o esperado dos preços das mercadorias ajudaram muitas economias africanas a resistir aos efeitos económicos induzidos pela pandemia da COVID-19. O relatório observa que a recuperação económica depende dos países implementarem reformas profundas que criem empregos, encorajem o investimento e aumentem a competitividade. O ressurgimento da pandemia no final de 2020 e o limitado apoio orçamental adicional constituirão uma batalha difícil para os decisores políticos, enquanto continuam a trabalhar no sentido de um crescimento mais forte e de melhores meios de subsistência para a sua população.

"Os países africanos fizeram enormes investimentos ao longo do último ano para manter as suas economias a flutuar e proteger as vidas e os meios de subsistência do seu povo", disse Albert G. Zeufack, Economista-Chefe do Banco Mundial para África. "Reformas ambiciosas que apoiem a criação de emprego, reforcem o crescimento equitativo, protejam os mais vulneráveis e contribuam para a sustentabilidade ambiental serão fundamentais para reforçar as medidas de uma recuperação mais forte em todo o continente africano".

Prevê-se que o crescimento na região aumente entre 2,3% e 3,4% em 2021, dependendo das políticas adotadas pelos países e pela comunidade internacional. Uma segunda vaga de infeções da COVID-19 está a atrasar parcialmente as projeções de crescimento para 2021, com infeções diárias em cerca de 40% superiores do que durante a primeira vaga. Enquanto alguns países tiveram uma queda significativa nas infeções pela COVID-19 devido às medidas de contenção adotadas pelos governos, outros países estão a enfrentar uma tendência ascendente nas infeções. Estima-se que o crescimento real do PIB para 2022 seja de [3,1]%. Para a maioria dos países da região, a atividade permanecerá muito abaixo das projeções pré-COVID-19 no final de 2021, aumentando o risco de danos duradouros decorrentes da pandemia no nível de vida das pessoas.

Prevê-se que a recuperação da África Subsaariana seja variável entre países. Países não intensivos em termos de recursos, como a Costa do Marfim e o Quénia, e economias dependentes das atividades mineiras, como o Botswana e a Guiné, deverão apresentar um crescimento robusto em 2021, impulsionado por uma recuperação do consumo privado e do investimento à medida que a confiança se reforça e as exportações aumentam.

Na sub-região da África Oriental e Austral, a contração do crescimento para 2020 está estimada em -3,0%, impulsionada principalmente pela África do Sul e Angola, as maiores economias da sub-região. Excluindo Angola e a África do Sul, a atividade económica na sub-região deverá registar uma expansão de 2,6% em 2021, e de 4,0% em 2022,

O crescimento na sub-região da África Ocidental e Central teve uma contração de 1,1% em 2020, inferior à projetada em outubro de 2020, em parte devido a uma menor contração na Nigéria, a maior economia da sub-região, no segundo semestre do ano. O produto interno bruto real na sub-região da África Ocidental e Central deverá crescer 2,1% em 2021 e 3,0% em 2022.

O Pulse observa também que os países africanos podem acelerar a sua recuperação, intensificando os seus atuais esforços para apoiar a economia e as pessoas a curto prazo, especialmente as mulheres, os jovens e outros grupos vulneráveis. O Africa's Pulse recomenda que essas políticas sejam complementadas por reformas que fomentem o crescimento da produtividade inclusiva e a da competitividade do país. A redução do peso da dívida dos países libertará recursos para o investimento público, em áreas como a educação, saúde, e as infraestruturas. Os investimentos em capital humano ajudarão a reduzir o risco de danos duradouros decorrentes da pandemia, que podem tornar-se visíveis a longo prazo, e podem aumentar a competitividade e a produtividade. Os próximos doze meses serão um período crítico para alavancar a Área de Livre Comércio Continental Africano, a fim de aprofundar a integração dos países africanos nas cadeias de valor regionais e globais. O relatório observa igualmente que as reformas que abordam as lacunas das infraestruturas digitais e tornam a economia digital mais inclusiva - assegurando a acessibilidade dos preços, mas também a construção de competências para todos os segmentos da sociedade - são essenciais para melhorar a conetividade, impulsionar a adoção da tecnologia digital e gerar mais e melhores empregos para homens e mulheres.

Resposta do Grupo Banco Mundial à COVID-19

Grupo Banco Mundial, uma das maiores fontes de financiamento e conhecimentos para os países em desenvolvimento, está a ter uma ação ampla e rápida para ajudar os países em desenvolvimento a responderem aos impactos sociais, de saúde, e económicos da COVID-19. Isso inclui $12 mil milhões para ajudar os países com rendimentos baixos e médios a comprar e distribuir as vacinas da COVID-19, a fazer testes e tratamentos, e reforçar os seus sistemas de vacinação. O financiamento tem por base a mais ampla resposta à COVID-19 do Grupo Banco Mundial, que está a ajudar mais de 100 países a fortalecerem os seus sistemas de saúde, apoiar as famílias mais pobres e criar condições para manter os meios de subsistência e os empregos das pessoas mais afetadas.


COMUNICADO À IMPRENSA Nº 2021/106/AFR

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