COMUNICADO À IMPRENSA

É urgentemente necessário um reforço da competitividade para enfrentar os desafios demográficos da África

4 de maio de 2017


ImageDURBAN, África do Sul, 4 de Maio de 2017—Sem medidas urgentes para combater os níveis estagnados de competitividade, as economias africanas não criarão empregos suficientes para os jovens que entram no mercado de trabalho, de acordo com um relatório divulgado hoje. Se as políticas actuais permanecerem inalteradas, será criado menos de um quarto dos 450 milhões de novos empregos necessários em África nos próximos 20 anos.

Essas são algumas das principais conclusões do Relatório sobre a Competitividade de África 2017, uma publicação bienal produzida conjuntamente pelo Fórum Económico Mundial, pelo Banco Africano de Desenvolvimento e pelo Grupo Banco Mundial.

As acções prioritárias para ter em conta as mudanças demográficas incluem reformas das políticas para melhorar a qualidade das instituições, das infra-estruturas, das competências e a adopção de novas tecnologias. A construção de habitação e um melhor planeamento urbano apresentam oportunidades de ganhos de competitividade a curto prazo.

O relatório conclui que a capacidade das economias africanas para gerarem empregos suficientes para a sua crescente população jovem baseia-se na implementação bem sucedida de reformas urgentes para aumentar a produtividade. A competitividade é definida como o conjunto das instituições, políticas e factores que determinam o nível de produtividade - e portanto a prosperidade futura - de um país. O relatório, que abrange a África do Norte e a África Subsaariana, surge num momento em que o crescimento na maioria das economias da região tem estado a desacelerar após uma década de crescimento sustentado. É provável que essa estagnação continue na ausência de melhorias nas condições essenciais para a competitividade.

A rápida expansão das populações, que deverá adicionar mais 450 milhões de pessoas à força de trabalho nas próximas duas décadas, vem complicar ainda mais os desafios enfrentados pelos líderes africanos. Prosseguindo com as políticas actuais, apenas seriam criados 100 milhões de novos empregos durante esse período, de acordo com o relatório.

A população jovem e dinâmica de África, no entanto, tem potencial para liderar um renascimento económico na região, apoiado por reformas direccionadas a curto e longo prazo em áreas-chave, comenta o relatório. As áreas prioritárias para a implementação de acções para melhorar a competitividade são:

A curto prazo:

  • Dar prioridade a reformas sectoriais específicas em sectores de mão-de-obra intensiva, como a agro-indústria, a construção e as microempresas, pode estimular a criação de empregos a curto prazo.
  • Apoio orientado pode abordar questões económicas críticas para as regiões e populações vulneráveis nos países mais frágeis.
  • As políticas de comércio aberto podem ajudar a promover a integração económica regional.
  • O desenvolvimento de interligações na cadeia de valor com os sectores extractivos incentivará a diversificação económica em países ricos em recursos.
  • O aumento da construção no sector habitacional através de investimentos, melhor planeamento urbano e menos burocracia criará empregos e resolverá o problema da grande escassez de habitação.

A longo prazo:

  • O reforço das instituições é uma condição prévia para permitir uma implementação mais rápida e eficaz das políticas. No passado, o fracasso da implementação de políticas tem sido frequentemente atribuído a instituições fracas.
  • É necessária uma infra-estrutura melhorada para permitir maiores níveis de comércio e estimular o crescimento das empresas.
  • Uma maior adopção de tecnologias será fundamental para recuperar o atraso da produtividade.
  • O desenvolvimento das competências adequadas irá ajudar a África a manter-se competitiva num cenário económico mundial em rápida mutação.

"Eliminar os obstáculos que impedem a África de atingir o seu potencial de competitividade é o primeiro passo necessário para alcançar um progresso económico mais sustentado e uma prosperidade partilhada", disse Richard Samans, Director Executivo do Fórum Económico Mundial para a Agenda Global.

"Para satisfazer as aspirações das suas crescentes populações de jovens, os governos africanos são aconselhados a promulgar políticas que melhorem os níveis de produtividade e o ambiente dos negócios para o comércio e o investimento", disse Klaus Tilmes, Director das Práticas Globais para o Comércio e a Competitividade do Grupo Banco Mundial, que contribuiu para o relatório. "O Grupo Banco Mundial está a ajudar os governos e o sector privado em toda a África a tomarem as medidas necessárias para construir economias fortes e acelerar a criação de emprego, para poderem beneficiar do potencial dividendo demográfico".

As cidades africanas têm de actualizar os seus planos urbanísticos, tendo em conta a evolução demográfica e económica das últimas décadas. Isto é crucial para lidar com a escassez de infra-estruturas urbanas e indisponibilidade de terrenos para habitação. Isso é importante porque é necessário um investimento intensivo para que o continente reduza o atraso na disponibilização de habitação, melhorando assim as vidas dos residentes urbanos, e criando emprego para a juventude", disse Abebe Shimeles, Director Interino do Departamento para a Política Macroeconómica, Previsão e Investigação do Banco Africano de Desenvolvimento. "No seu novo modelo de desenvolvimento de negócios, o Banco criou uma unidade para se concentrar especificamente nas cidades e nas infra-estruturas urbanas".

O Relatório sobre a Competitividade de África combina dados do Índice Global de Competitividade do Fórum (GCI) com estudos sobre políticas de emprego e competitividade das cidades. Também estão incluídos no relatório perfis de competitividade detalhados de 35 economias africanas. Esses perfis dão um resumo abrangente dos motores da competitividade em cada um dos países abrangidos pelo relatório e são usados por decisores políticos, estrategistas de negócios e outras entidades com interesse na região.

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