REPORTAGEM

Falta de acesso à saúde é o que mais mata mães e crianças na América Latina

11 de setembro de 2013


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Bebê prematuro recebe cuidados em uma maternidade.


DESTAQUES DO ARTIGO
  • Dos 165 países que assinaram o compromisso “Uma promessa renovada”, da Unicef, 32 deles – inclusive o Brasil – estão situados nas Américas.
  • Apesar do declínio nas taxas de mortalidade infantil e materna, essa redução varia de acordo com etnias e condições sociais.
  • Delegações de 30 países, de órgãos internacionais e da sociedade civil se reuniram no Panamá para renovar a promessa de cuidar da saúde infantil e materna.

Como a América Latina pode garantir que uma criança não morra por falta de atenção?

Essa foi uma das perguntas que ocuparam a mente dos delegados que se reuniram no Panamá nesta semana a fim de imprimir avanços na saúde infantil e abordar as desigualdades no acesso.

Até hoje, 32 governos nas Américas assinaram o compromisso “Uma promessa renovada”, da UNICEF. Lançado em junho de 2012, o programa visa acabar com as mortes infantis evitáveis e pretende fazer isso assegurando um início de vida saudável para as crianças. O objetivo é reduzir os óbitos globais de 57 por 1000 nascidos vivos em 2010 para 20/1000 em 2035.

Evitando a mortalidade infantil

Hoje na América Latina e no Caribe, a situação socioeconômica dos pais ainda exerce um impacto significativo no futuro dos filhos. Apesar da redução (acima de 50%) na mortalidade infantil, as crianças das famílias de baixa renda têm cinco vezes mais probabilidade de morrer antes do quinto aniversário. A maioria desses óbitos poderia ter sido evitada.

É nessas crianças que os programas de saúde universal como o Plan Nacer, da Argentina, e o Qali Warma, do Peru, concentram-se. O Plan Nacer proporciona acesso aos serviços básicos de saúde a crianças e gestantes que não disponham de cobertura.

“Com muita frequência, ele fica doente quando está frio. Aqui, nós recebemos as vacinas que necessitamos”, explica Josefina Godoy, cujo filho é atendido pelo projeto argentino. Mais de 2 milhões de mães e crianças foram beneficiadas desde 2004.

A nutrição é o ponto de interesse de uma iniciativa conjunta do Banco Mundial e do Programa das Nações Unidades para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Peru. Ao fornecer merendas escolares nutritivas aos alunos com 3 ou mais anos de idade nas escolas públicas de ensino fundamental, o Qali Warma visa oferecer a essas crianças o melhor ambiente de aprendizado possível.


" Durante a minha primeira gravidez, a maternidade ainda não havia sido construída. Agora, agradeço por terem cuidado tão bem de mim.  "

Justina

Paciente na maternidade Altagracia, na Nicarágua

Melhorando a saúde materna

Os primeiros mil dias da vida de uma pessoa são os mais importantes e a melhoria da saúde materna está intimamente associada à finalidade de acabar com as mortes infantis evitáveis.

Nos últimos 20 anos, a região apresentou significativos avanços na saúde materna, com uma queda de 40% nas taxas de mortalidade. No entanto, os índices variam de modo radical dependendo da etnia e da condição social e econômica de uma mulher.

De fato, o número de óbitos resultantes de causas relacionadas à gravidez é três vezes mais elevado entre as mulheres das comunidades indígenas da região.

Essa é uma situação que a Nicarágua está tentando enfrentar de forma direta, implantando maternidades em áreas distantes, de modo a garantir que as grávidas disponham da atenção necessária ao longo desse processo. Justina recebeu atendimento de saúde em Altagracia, antes de dar à luz ao segundo filho.

“Durante a minha primeira gravidez, a maternidade ainda não havia sido construída. Agora, agradeço por terem cuidado tão bem de mim”, ela explica.

A redução da mortalidade infantil e a melhoria da saúde materna formam a base das Metas de Desenvolvimento do Milênio 4 e 5, respectivamente. Além disso, embora a região já esteja perto de alcançar a maior parte dos oito objetivos antes de 2015, a saúde materna ainda está defasada.

O trabalho do Banco na América Latina e no Caribe visa, entre outros objetivos, melhorar a saúde das mães e de seus filhos, evitando as mortes neonatais e reduzindo a gravidez na adolescência. A diretora do setor de Saúde da instituição, Joana Godinho, explica que a melhoria da rede de saúde materna e infantil é essencial para o trabalho do Banco Mundial na região.

Para saber mais sobre o tema, acesse o site do evento ou busque no Twitter a tag #PromiseRenewed.


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