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COMUNICADO À IMPRENSA 24 de abril de 2019

Banco Mundial lança relatório sobre impactos sociais de inundações e alagamentos em Porto Alegre

Ao analisar desastres de outubro de 2015, relatório mostra que os moradores mais pobres foram afetados desproporcionalmente. Pesquisa deu origem a grupo de ação envolvendo Prefeitura e comunidades

PORTO ALEGRE, 24 DE ABRIL DE 2019 - Novo relatório do Banco Mundial, desenvolvido em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre (por meio do Escritório de Resiliência, com suporte da Fundação Rockfeller) e líderes comunitários, mostra como as inundações e alagamentos de outubro de 2015 – o segundo evento desse tipo mais grave da história da cidade, depois do de 1941 – afetaram desproporcionalmente os moradores mais pobres. Convivendo com as inundações: um estudo para construir resiliência com as comunidades de Porto Alegre visa a orientar as autoridades e a população vivendo em área de risco na escolha de medidas para enfrentar os próximos eventos com menos perdas e maior capacidade de recuperação.

Em toda Porto Alegre, os desastres de 2015 afetaram 9.420 pessoas, entre as quais 235 ficaram desabrigadas e 8.184, desalojadas (veja o glossário aqui), segundo o Formulário de Informações do Desastre (FIDE) preenchido pela Defesa Civil municipal. Foram danificadas 2.800 unidades habitacionais, 30 instalações públicas, 61 instalações públicas de ensino, cinco instalações de prestadores de outros serviços públicos e 34 obras de infraestrutura pública. O valor total aproximado dos danos materiais (públicos e privados) soma R$ 73 milhões.

O estudo “Convivendo com as inundações: um estudo para construir resiliência com as comunidades de Porto Alegre” inovou ao usar sete categorias para avaliar os impactos sociais produzidos pelo desastre de forma a ampliar o diagnóstico: vida familiar; saúde; moradia; bens e meios de subsistência; acesso a itens básicos; aspectos sentimentais e qualidade de vida. Também foram analisadas a vulnerabilidade das famílias a desastres e as medidas de enfrentamento utilizadas pelos moradores e pela municipalidade.

“Para o Banco Mundial, experiências como as do Convivendo com as inundações trazem esperança de que ações inovadoras e participativas criarão espaços com vida própria além do projeto, desenvolvendo uma plataforma sustentável de promoção da resiliência aos desastres naturais em áreas urbanas no Brasil”, diz a diretora do Banco Mundial para o Brasil, Paloma Anós Casero.

O levantamento foi realizado de junho a setembro de 2017 em 1.500 domicílios nas regiões do Orçamento Participativo de Humaitá-Navegantes (que engloba os bairros de Anchieta, Farrapos, Humaitá, Navegantes e São Geraldo) e das Ilhas (que inclui as ilhas dos Marinheiros, das Flores, do Pavão e da Pintada, as quais formam as quatro principais partes habitadas do bairro Arquipélago). Ambas as regiões se caracterizam pela suscetibilidade às inundações e alagamentos e pela vulnerabilidade social. Além disso, foram realizadas rodas de conversa para sensibilizar a população local.

Entre as pessoas ouvidas pela pesquisa, 57% tiveram as residências afetadas pelas águas. Além disso, 47% declararam que pelo menos um morador da casa perdeu dias de trabalho. Em 44% dos domicílios levantados, alguém da família sofreu um problema de acesso às aulas ou à creche. Em 34% dos domicílios, pelo menos uma pessoa sofreu lesões, doenças, danos físicos ou psicológicos em decorrência do evento.

O relatório traz recomendações técnicas com o objetivo de amenizar os impactos sociais de futuros desastres. O trabalho em Porto Alegre também deu origem ao Grupo de Ação sobre Inundações e Alagamentos (GAIA), fundado em março de 2018. Uma iniciativa conjunta entre membros da Prefeitura e das comunidades das áreas atingidas, o GAIA constitui um espaço de diálogo sobre a temática para continuar as discussões iniciadas no âmbito do estudo.

“São trabalhos como esse, elaborados entre parceiros e a população porto-alegrense, que realmente contribuem para uma Porto Alegre cada vez mais resiliente, capaz de reagir a estresses crônicos, no longo prazo, e a choques agudos, dando respostas rápidas e eficientes frente a desastres”, afirma Marcela Ávila, assessora do Escritório de Resiliência da Secretaria Municipal de Relações Institucionais e Articulação Política (SMRI) de Porto Alegre.

Os instrumentos usados na pesquisa foram pensados de forma a recolher informações que possam alimentar o índice individual de resiliência, atualmente em desenvolvimento como resultado de uma parceria entre o Escritório de Resiliência da Cidade de Porto Alegre e o World Resilience Institute (WRI). Por serem adaptáveis e replicáveis, eles também podem ser reutilizados em outros contextos ou para monitorar periodicamente a evolução da situação nas mesmas áreas de intervenção.

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