WASHINGTON, 18 de Novembro, 2014 — O Conselho de Diretores Executivos do Grupo Banco Mundial aprovou hoje a doação de uma verba de 285 milhões de dólares para financiar os esforços de controle do Ebola que estão a ser envidados na Guiné, Libéria e Serra Leoa, bem como para ajudar as comunidades dos três países a lidarem com o impacto econômico da crise e a reconstruir e reforçar serviços de saúde essenciais. Esta subvenção faz parte da verba de quase 1 bilhão de dólares, já anteriormente anunciada pelo Grupo Banco Mundial, para os países mais duramente atingidos pelo Ebola.
Esta subvenção representa um financiamento adicional para o Projeto de Resposta de Emergência ao Ebola, aprovado pelo Conselho Diretor do Banco em 16 de Setembro 2014, incluindo 72 milhões de dólares para a Guiné, 115 milhões de dólares para a Libéria e 98 milhões de dólares para a Serra Leoa, os três países mais afetados pelo Ebola.
O comunicado de hoje eleva o financiamento total, até agora aprovado pelo Mecanismo de Resposta a Crises (CRW sigla em inglês) da Associação Internacional para o Desenvolvimento (AID)*, para a reação ao Ebola, para 390 milhões de dólares. O CRW foi concebido para ajudar países da AID com baixo rendimento a recuperarem de desastres e crises graves.
Com este financiamento adicional, o Grupo Banco Mundial está a encontrar resposta para as necessidades críticas identificadas pelos países afetados, para intensificarem a sua luta com o Ebola”, referiu Jim Yong Kim, Presidente do Grupo Banco Mundial. “Este surto mortífero está longe do seu final, e a comunidade internacional tem de continuar a fazer tudo o que é possível para apoiar estes países, até atingirmos o ponto de zero casos.”
O financiamento adicional permitirá a estes três países colocar no terreno mais trabalhadores de saúde, nacionais e internacionais, intensificar os cuidados com base nas comunidades e a participação das comunidades na detecção precoce de casos suspeitos de Ebola, confirmação mais dos casos de infecção, reforço dos cuidados e tratamentos, e enterramentos em condições de segurança, para conter a epidemia. O financiamento que hoje foi aprovado será aplicado pelos governos dos três países, com o apoio de agências das Nações Unidas.
Além disso, o projeto permitirá um aumento da capacidade de diagnóstico do Ebola na Guiné, Libéria e Serra Leoa, resolvendo dificuldades logísticas e aumentando as capacidades laboratoriais para a realização de testes para reduzir o tempo para confirmar casos de Ebola. Melhorará e aumentará a capacidade de armazenamento e distribuição de materiais essenciais e atenderá problemas sociais específicos provocados pelo surto de Ebola. O projeto ajudará também a estabelecer uma rede regional de institutos públicos de saúde, na África Ocidental, que incluirá a vigilância e a preparação para enfrentar surtos de doenças. Este apoio é essencial para evitar o alastramento da epidemia de Ebola a países vizinhos, bem como para desenvolver, no futuro, respostas rápidas e eficazes a pandemias regionais.
“É importante criar sistemas de saúde resilientes, e que possam dar resposta rápida a este tipo de crise. Isto significa aumentar a eficiência, criar incentivos para médicos e outros agentes de saúde que lutam contra a doença e estabelecer, o tipo mais adequado de apoios, para que estes países possam dar resposta rápida à evolução da situação no terreno”, disse Makhtar Diop, Vice-Presidente do Banco Mundial para África.
“Tornando possível o aumento de trabalhadores de saúde bem treinados, reforçando os cuidados com base nas comunidades, a triagem e as capacidades de diagnóstico, e um relançamento dos serviços públicos de saúde, este apoio adicional ajudará os doentes com Ebola, bem como aqueles que sofrem de problemas de saúde não relacionados com o Ebola, a obter os cuidados essenciais de que necessitam,” afirmou Tim Evans, Diretor Sênior do Grupo Banco Mundial para a Saúde, Nutrição e População.
O Grupo Banco Mundial está a mobilizar quase um bilhãode dólares de financiamento para os países mais duramente atingidos pela crise do Ebola. Esta verba inclui mais de 500 milhões de dólares para a resposta de emergência e pelo menos 450 milhões de dólares da SFI, membro do Grupo Banco Mundial, para incentivar comércio, investimento e emprego na Guiné, Libéria e Serra Leoa. Uma análise já anteriormente divulgada pelo Grupo Banco Mundial demonstra que se o Ebola continuar a desenvolver-se nos três países mais duramente afetados e se vier a espalhar a países vizinhos, o impacto financeiro regional daqui a dois anos poderá atingir 32,6 bilhões de dólares até final de 2015, desfechando um golpe potencialmente catastrófico a estados que estavam já em situação frágil.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, foram assinalados, até à data de 14 de Novembro 2014, 14.413 casos de Ebola em oito países – e particularmente na Guiné, Libéria e Serra Leoa - desde que o surto começou, com confirmação de 5.177 mortes.
*A Associação Internacional para o Desenvolvimento (AID). do Banco Mundial, criada em 1960, ajuda os países mais pobres do mundo, atribuindo subvenções e empréstimos a juro baixo, ou zero, para projetos e programas que promovem o crescimento económico, reduzem a pobreza e melhoram a vida dos pobres. A AID é uma das maiores fontes de apoio aos 77 países mais pobres do mundo, 39 dos quais se situam em África. Os recursos da AID trazem mudanças positivas a 2,8 bilhões de pessoas que vivem com menos de 2 dólares por dia. Desde 1960, a AID apoiou já trabalho para o desenvolvimento em 112 países. Os seus compromissos anuais têm-se cifrado, em média, em 18 bilhões de dólares ao longo dos últimos três anos, tendo cerca de 50 por cento sido despendidos em África.
