A igualdade de género e o empoderamento das mulheres são essenciais para um desenvolvimento inclusivo e sustentável. Em Cabo Verde, foram feitos progressos significativos em políticas e programas relacionados com género. No entanto, persistem desafios na conquista da igualdade de género e no empoderamento das mulheres, especialmente no setor do turismo, que representa aproximadamente 25% do PIB. O Relatório sobre Turismo Sensível ao Género em Cabo Verde analisa as barreiras e oportunidades para a participação das mulheres, acesso a melhores empregos, controlo de ativos, e ter voz ativa e poder de decisão no setor do turismo. O relatório propõe recomendações e ações a serem consideradas no âmbito do Projeto de Desenvolvimento do Turismo Resiliente e Economia Azul em Cabo Verde.
A integração da igualdade de género no turismo será fundamental para melhorar a resiliência do setor em Cabo Verde, especialmente durante a COVID-19. Apesar de comporem 60% da força de trabalho em empresas de alojamento e restaurantes, as mulheres nesses setores ganham 50% menos que os homens e mais da metade trabalham de forma informal e com contratos de curto prazo. As empresas de mulheres representam 30% de todos os negócios, mas estasenfrentam barreiras significativas na educação e formação, especialmente em planeamento avançado de negócios e competências de gestão. Além disso, estas mulheres enfrentam falta de soluções adequadas em termos de cuidados infantis. O acesso a financiamento é identificado como um grande desafio para as empresas de turismo, destacando as dificuldades que as mulheres enfrentam ao garantir apoio financeiro para seus negócios nessa indústria. O relatório enfatiza a necessidade de esforços direcionados para enfrentar os seguintes desafios:
Capacitar Recursos Humanos
A pobreza de género apresenta uma barreira significativa para a participação produtiva das mulheres no setor do turismo. Mulheres que chefiam metade dos agregados familiares, a maioria mães solteiras, ganham salários mais baixos, têm acesso limitado à educação, ocupam empregos instáveis, sofrem violência baseada no género e são desproporcionalmente afetadas pela pobreza. As suas oportunidades educacionais precisam de ser melhoradas, incluindo currículos não enviesados pelo género, desenvolvimento de competências em empreendedorismo e melhor comunicação com o setor privado. Além disso, desafios em termos de tempo, recursos e visibilidade dificultam a capacidade de as mulheres beneficiarem das oportunidades da cadeia de valor do turismo