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COMUNICADO À IMPRENSA 5 de março de 2018

África pode solucionar a sua "grave crise de aprendizagem", mas tem de se concentrar no acesso e na qualidade, diz o Banco Mundial

DAR ES SALAAM, 5 de março de 2018 - África enfrenta uma "grave crise de aprendizagem" que mina o crescimento económico e o bem estar dos seus cidadãos, de acordo com um novo estudo do Banco Mundial. A região já fez progressos consideráveis tendo aumentado de forma significativa as inscrições na escola primária e secundária, mas cerca de 50 milhões de crianças ainda não frequentam a escola, e a maioria das que frequentam a escola não conseguem adquirir as competências básicas necessárias para terem êxito mais tarde na vida.

Olhar para o futuro: A Escolaridade para Aprender em África (em inglês Facing Forward: Schooling for Learning in Africa) argumenta que os níveis de aprendizagem em toda a região são baixos de uma forma alarmante. Entre os alunos que frequentam o segundo ano e que foram avaliados com base em vários testes em diversos países Africanos Subsarianos, três quartos não conseguiram contar para além de 80 e 40 porcento não conseguiu fazer uma conta de somar com um dígito. No que diz respeito à leitura, 50 a 80 porcento das crianças do segundo ano não conseguiu responder a uma única pergunta com base numa pequena amostra de texto, e um grande número não conseguiu ler uma única palavra.

O progresso na região tem sido misto e alguns países, incluindo a África do Sul e o Zimbabué, tornaram universal o acesso à educação básica (primária e secundária). Outros países, incluindo a República Centro Africana, a Libéria e o Chade, que foram afetados por conflitos e turbulência política, estão muito atrasados, até no acesso à escola primária. No entanto, na maioria dos países e apesar de rápidos progressos, as crianças mais ricas, urbanas e rapazes têm a taxa mais elevada de acesso à educação secundária.

"Disponibilizar uma educação básica de grande qualidade para as crianças na região é uma necessidade económica, assim como um imperativo moral", disse Jaime Saavedra, Diretor Sénior do Banco Mundial para a educação. "Este relatório apresenta um olhar mais sóbrio à crise de aquisição de conhecimentos e à capacidade de resolução do problema pela região. Os jovens Africanos podem transformar a região e criar uma transformação económica duradoura, mas devem estar dotados das competências e capital humano para o fazer."

O estudo apresenta passos concretos para quatro áreas prioritárias: disponibilizar uma educação básica universal com o foco no acesso equitativo, qualidade e retenção; garantir uma gestão eficiente e apoio aos professores; aumento do financiamento para uma educação de qualidade; e incentivar a capacidade institucional.

Especificamente, o relatório pede aos países para se focarem no progresso dos alunos e no "engarrafamento" nos primeiros anos, onde as crianças ficam retidas durante muitos anos com uma aprendizagem deficiente, e são frequentemente ensinadas num idioma que não entendem. Garantir uma frequência regular dos alunos, reduzir a repetição dos anos e o número de alunos em cada turma, e implementar uma política de idioma de ensino são fatores importantes para garantir uma aprendizagem básica. O estudo também recomenda a eliminação dos exames muito importantes entre a escola primária e secundária para garantir a progressão dos alunos.

O estudo realça a necessidade de um melhor apoio aos professores, especialmente relativamente às questões relacionadas com o recrutamento, preparação, distribuição, supervisão, e apoio ao nível das escolas. As políticas devem lidar com as taxas elevadas de absentismo e falta de conhecimentos e capacidades dos professores, com enfoque em programas melhores e mais eficientes para a preparação dos professores, apoio no trabalho e incentivos. 

De acordo com o estudo, em 2014, os governos africanos gastaram uma estimativa de US$204 por aluno com a sua educação primária - menos de metade do valor gasto no Sudeste Asiático, a região com a menor nível de despesa seguinte. Mas os autores avisam que uma maior despesa deve ser complementada por uma despesa mais estratégica e eficaz em matérias de aquisição de conhecimentos, infra-estruturas e formação de professores. 

"Os países da África podem lidar com esta crise de aquisição de conhecimentos ao mesmo tempo que melhoram o acesso e a conclusão," disse Sajitha Bashir, Gestor do Banco Mundial para a Educação e co-autor do relatório, em conjunto com Marlaine Lockheed, Elizabeth Ninan, e Jee-Peng Tan. "A nossa pesquisa tira conclusões com base na região e para a região relativamente ao que poderá resultar. Os países devem conceber políticas que encaixem no seu contexto local e necessidades educacionais, ao mesmo tempo que aumentam as suas capacidades para implementarem programas dinâmicos abertos a melhoramentos e comentários."

O estudo complementa o Relatório de desenvolvimento mundial recente do Banco mundial de 2018: Learning to Realize Education’s Promise, que foi lançada no mês de Setembro de 2017 e que argumentou que, sem a aquisição de conhecimentos, a educação não irá conseguir cumprir a sua promessa de eliminar a pobreza extrema e criar oportunidades partilhadas e prosperidade para todos.

Para mais informação, descarregue por favor Facing Forward: Schooling for Learning in Africa

Para mais informações, por favor consulte:
www.worldbank.org/africa

www.worldbank.org/education

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COMUNICADO À IMPRENSA Nº 2018/091/EDU-AFR

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