"O nosso Instituto está a treinar enfermeiros e outros profissionais de saúde e acreditamos que a colocação de pessoal de saúde qualificado para os distritos e zonas rurais está a contribuir grandemente para o melhoramento da situação de saúde da população até ao nível das comunidades rurais”, disse Arlinda Chaquisse, Diretora do ICS de Nampula.
O sistema de saúde de Moçambique enfrenta desafios particulares em recursos humanos, gestão de finanças públicas, financiamento para cuidados de saúde, cobertura e qualidade de serviços. O país tem a quinto menor rácio de profissionais de saúde por número de habitantes em África, com 0,03 médicos, e 0,21 enfermeiros por 1.000 pessoas. Embora o acesso a serviços essenciais de saúde, como a vacinação para crianças e cuidados pré-natal melhoraram entre 2001 a 2011, o que resultou na diminuição de taxas de mortalidade em crianças menores de cinco anos, ainda persistem desigualdades gritantes entre regiões e entre áreas urbanas e rurais. Por exemplo, cerca de 43% das crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição crónica, uma taxa que se manteve inalterada desde 2003, a qual é tida como responsável de pelo menos um terço das mortes em crianças.
Para expandir os serviços de base comunitária em comunidades remotas e rurais, US $ 80 milhões do projeto estão sendo alocados para, entre outros, apoiar com o financiamento de unidades móveis, formação de pessoal de saúde e novos agentes comunitários de saúde.
Os agentes comunitários de saúde atuam como um elo importantíssimo entre as comunidades, enfermeiros e profissionais de saúde, e fornecem conhecimento as comunidades pobres e recônditas, num esforço das autoridades de saúde em fazer face as crenças culturais e mitos que muitas vezes interferem com as boas práticas de saúde e nutrição, assim como na saúde materno-infantil.
Espera-se um total de 455 profissionais graduados até ao final do projeto, a maioria dos quais estão sendo treinados no ICS de Nampula. Dada a elevada taxa de desnutrição entre as crianças nas zonas rurais, as autoridades também estão a apoiar no treinando de nutricionistas na Cidade de Quelimane, centro de Moçambique, a serem colocados em todo o país.
Atualmente Moçambique depende fortemente de financiamento externo para o seu sistema de saúde. O orçamento da saúde enquanto proporção do orçamento total aumentou ligeiramente de 7,2% em 2012 para 8% em 2013, mas é ainda muito baixo em relação ao padrão regional, e oferece pouco espaço para o governo aumentar os salários sem reduzir o financiamento de insumos básicos. O Banco Mundial está empenhado em apoiar o Governo de Moçambique a lidar com alguns desses desafios prementes, nomeadamente através do apoio na melhoria da Gestão das Finanças Públicas (GFP) no sector da saúde através de uma variedade de instrumentos, como as que ligam desembolsos a um conjunto de reformas para maior eficiência na alocação de recursos e em GFP no sector de saúde e educação, entre outros apoios.