COMUNICADO À IMPRENSA

As remessas aos países em desenvolvimento mostraram resiliência na recente crise

8 de novembro de 2010




WASHINGTON, D.C., 8 de novembro de 2010 – As remessas aos países em desenvolvimento foram uma fonte de resiliência de financiamento externo durante a recente crise financeira global; os fluxos registrados deverão atingir US$ 325 bilhões até o fim deste ano, em comparação com US$ 307 bilhões em 2009, de acordo com o recém-publicado Migration and Remittances Factbook 2011 (Livro de Dados sobre Migração e Remessas 2009). Em âmbito mundial, os fluxos de remessas deverão atingir US$ 440 bilhões até o fim deste ano.
 
Segundo estimativas do Banco Mundial, depois de se recuperarem até o fim deste ano, as remessas registradas aos países em desenvolvimento aumentarão ainda mais em 2011 e 2012, possivelmente ultrapassando US$ 370 bilhões em dois anos.
 
“As remessas são uma fonte vital de apoio financeiro que aumenta diretamente a renda das famílias dos migrantes,”
afirmou Hans Timmer, Diretor de Perspectivas do Desenvolvimento do Banco Mundial. “As remessas levam a um maior investimento em saúde, educação e pequenas empresas. Com melhor acompanhamento das tendências de migração e remessas, os formuladores de políticas poderão tomar decisões bem informadas para proteger e alavancar esse influxo maciço de capital, três vezes maior do que os fluxos de ajuda oficial”, disse Timmer.
 
Os países que mais enviaram remessas em 2009 foram os Estados Unidos, Arábia Saudita, Suíça, Rússia e Alemanha. Os principais países destinatários das remessas são a Índia, China, México, Filipinas e França. No entanto, como parcela do PIB, as remessas são mais significativas para os países menores – mais de 25% em alguns países.
 
Embora os países de alta renda continuem a ser a principal fonte de remessas, a migração entre os países em desenvolvimento é maior do que a dos países em desenvolvimento para os países de alta renda membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
 
Em âmbito regional, há uma variação significativa entre as regiões em desenvolvimento, ocorrendo um declínio maior do que o previsto nas remessas para regiões da Europa e Ásia Central[1]1, América Latina e Caribe, Oriente Médio e Norte da África e África Subsaariana em 2009.  Os fluxos para o Sul da Ásia em 2009 aumentaram mais do que o previsto e os fluxos para o Leste Asiático e Pacífico aumentaram modestamente.
 
“As remessas em 2008 e 2009 tornaram-se mais ainda uma tábua de salvação para os países de baixa renda, dado o declínio maciço nos fluxos de capital privado  provocado pela crise,”
afirmou Dilip Ratha, Gerente da Unidade de Migração e Remessas do Banco Mundial. “No entanto, o alto desemprego está levando muitos países destinatários de migrantes a restringir as cotas de imigração, o que provavelmente diminuirá o ritmo de crescimento  dos fluxos de remessas. Além disso, movimentos incertos da moeda podem ter efeitos imprevisíveis sobre os fluxos de remessas,” afirmou Ratha.
 
Ademais de riscos relacionados com a crise, há mudanças estruturais e normativas importantes no mercado global de remessas. As regulamentações para combater a criminalidade financeira tornaram-se um obstáculo à adoção de novas tecnologias de transferência de dinheiro para as remessas através das fronteiras. “Há uma necessidade urgente de reavaliar as regulamentações das remessas por meio de telefones celulares e reduzir os riscos operacionais,” disse Ratha.
 
Segundo o Factbook 2011, o principal país destinatário de migrantes são os Estados Unidos, seguidos da Rússia, Alemanha, Arábia Saudita e Canadá. Os principais países de imigração com relação à população são Qatar (87%), Mônaco (72%), Emirados Árabes Unidos (70%), Kuwait (69%) e Andorra (64%). O corredor México-Estados Unidos deverá ser o maior do mundo este ano em termos de migração, seguidos pela Rússia-Ucrânia, Ucrânia-Rússia e Bangladesh-Índia.

Tabela 1: Perspectiva de fluxos de remessas para países em desenvolvimento, 2011-2012

  2007 2008 2009 2010e 2011f 2012f
US$ bilhões            
Países em desenvolvimento 278 325 307 325 346 374
Leste Asiático e Pacífico 71 85 86 91 98 106
Europa e Ásia Central 39 46 35 37 39 43
América Latina e Caribe 63 65 57 58 62 69
Oriente Médio e Norte da África 32 36 34 35 37 40
Sul da Ásia 54 72 75 83 87 92
África Subsaariana 19 21 21 21 22 24
Países de baixa renda 17 22 22 24 26 29
Países de renda média 262 303 285 301 319 345
Âmbito Mundial 385 443 416 440 464 499
Taxa de crescimento (%)            
Países em desenvolvimento 22.8% 16.7% -5.5% 6.0% 6.2% 8.1%
Leste Asiático e Pacífico 23.7% 20.2% 0.3% 6.4% 7.2% 8.5%
Europa e Ásia Central 38.5% 16.5% -22.7% 3.7% 6.5% 10.4%
América Latina e Caribe 6.9% 2.2% -12.0% 2.0% 7.6% 10.0%
Oriente Médio e Norte da África 21.5% 11.8% -6.3% 5.3% 4.5% 6.7%
Sul da Ásia 27.1% 32.5% 4.5% 10.3% 5.1% 6.3%
África Subsaariana 46.7% 14.9% -3.7% 4.4% 4.5% 6.7%
Países de baixa renda 27.6% 32.5% 2.4% 8.2% 8.7% 9.0%
Países de renda média 22.5% 15.7% -6.0% 5.8% 6.0% 8.0%
Âmbito mundial 21.1% 15.1% -6.1% 5.8% 5.4% 7.5%

e= estimativa; f=previsão
Fonte:  As estimativas do pessoal do Banco Mundial baseiam-se em dados do Balance of Payments Statistics Yearbook 2009 (Anuário Estatístico da Balança de Pagamentos) do FMI e dados publicados pelos bancos centrais, órgãos nacionais de estatísticas e departamentos de países do Banco Mundial. 

1 Desde 2009 a região em desenvolvimento da Europa e da Ásia Central exclui a Polônia, reclassificada como país de alta renda. A análise das tendências esclarece a reclassificação da Polônia.

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COMUNICADO À IMPRENSA Nº
2011/168/DEC

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