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COMUNICADO À IMPRENSA 10 de fevereiro de 2022

Uma maior e mais diversificada participação no comércio global é a chave para alcançar a transformação económica de África, diz o Novo Livro do Banco Mundial

ACCRA, 10 de fevereiro de 2022 - Os países africanos devem expandir e diversificar a sua participação no comércio internacional e nas cadeias de valor globais para reduzir a pobreza em grande escala e transformar as suas economias, diz um novo livro do Banco Mundial divulgado hoje.

O continente deve ir para além do comércio de matérias-primas e ligar a sua produção e comércio à economia global para tirar proveito da procura ilimitada e da inovação ao longo da cadeia de abastecimento. Isto requer esforços abrangentes e dinâmicos que reforcem o acesso de África aos mercados de exportação e diversifiquem os seus mercados para novas regiões e novos produtos, ao mesmo tempo que reforçam o comércio regional, diz o Livro “África no Novo Ambiente Comercial: Acesso aos Mercados em Tempos Conturbados”.

 "A economia global é uma fonte de crescimento que as economias africanas não se podem dar ao luxo de ignorar. Embora as exportações africanas de bens e serviços tenham registado o seu crescimento mais rápido na última década, os volumes permanecem baixos representando apenas 3% do comércio global. O momento é propício para que os decisores políticos expandam o seu pensamento para além das abordagens tradicionais e mercados se quiserem ter um papel ativo no comércio internacional no século XXI", disse Ousmane Diagana, Vice-presidente do Banco Mundial para a África Ocidental e Central.

O livro refere que as preferências comerciais unilaterais têm o potencial de promover a transformação económica através das exportações e apela à avaliação e reengenharia do comércio com os parceiros tradicionais. As taxas de utilização de muitos países africanos das preferências comerciais existentes - tais como a iniciativa de Crescimento e Oportunidade de África (AGOA) e a iniciativa Tudo Menos Armas (EBA) são sistematicamente baixas. As evidências sobre a AGOA mostram que os recursos naturais, principalmente o petróleo, são responsáveis pela maior parte das exportações africanas. Há uma necessidade de integrar as preferências comerciais unilaterais com outros esforços para aprofundar o comércio e o investimento entre os países da África Subsaariana (AS) e os países da OCDE, principalmente os EUA e a UE, realça o livro. Isto inclui a integração das preferências com os instrumentos de política de ajuda externa para enfrentar os desafios estruturais que limitam a capacidade de exportação. Iniciativas recentes como o Compact with Africa (CwA), com um forte enfoque na melhoria do ambiente empresarial, na construção de infraestruturas e na promoção de regulamentos e instituições eficazes, parecem estar em linha com esta abordagem abrangente.

O rápido crescimento da classe média e da procura da Ásia Oriental, acompanhado pelo aumento dos salários relativos, juntamente com a estrutura mutável das cadeias de valor globais, oferecem novas oportunidades de mercado para os países da África Subsaariana poderem diversificar estrategicamente o comércio com a Ásia. Nas últimas décadas, as relações comerciais entre a África Subsaariana e a Ásia expandiram-se e, para alguns países da ASS, os seus principais parceiros comerciais estão a tornar-se cada vez mais a China, a Índia e a Indonésia, substituindo a UE e os EUA, especialmente depois de 2010.

"O aprofundamento da integração regional para aumentar a capacidade da oferta e construir as cadeias de valor regionais é essencial para a transformação económica do continente. O estabelecimento da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA) apresenta grandes oportunidades para impulsionar o comércio intra-africano, reforçar as complementaridades de produção e exportação, criar emprego e limitar o impacto da volatilidade dos preços das mercadorias nos participantes", disse Hafez Ghanem, Vice-Presidente do Banco Mundial para a África Oriental e Austral.

"Os países africanos têm que empreender reformas estruturais internas ousadas para aumentar a capacidade da oferta da região. Isso pode ser conseguido melhorando a conectividade digital e física, mantendo uma gestão macroeconómica inteligente com taxas de câmbio estáveis e competitivas e uma inflação baixa, e aumentando a eficácia das instituições regulatórias, legais e judiciais", disse Albert Zeufack, Economista-Chefe do Banco Mundial para África.

Prosseguindo, o livro destaca que a abordagem para fortalecer a integração para uma AfCFTA bem-sucedida deve focar-se:

  • na melhoria da integração física - tal como infraestruturas de energia e transporte transfronteiriças e infraestruturas de ligação,
  • no reforço da cooperação política - como a harmonização de regras e procedimentos aduaneiros e o sacrifício de algum nível de soberania na elaboração e implementação de regras a favor de quadros regionais e,
  • facilitar a integração comercial - como o sistema de liquidação eletrónica regional, sistema de rastreamento eletrónico de carga, balcões únicos e a flexibilização das restrições ao comércio de serviços. Os custos da distância e da fragmentação podem ser reduzidos através de investimentos intensivos nestas áreas.

Finalmente, o livro recomenda que a comunidade internacional também se comprometa a aumentar o apoio financeiro à infraestrutura regional sustentável para o crescimento; passar de compromissos bilaterais para compromissos com "áreas económicas" que ligam os interesses económicos de países líderes e atrasados em cada vizinhança regional. Uma atividade complementar no âmbito da iniciativa Ajuda ao Comércio da Organização Mundial do Comércio (OMC) poderia também ajudar a reforçar o investimento noutros setores que não os recursos naturais, uma vez que é fundamental ajudar a construir exportações sem recursos de países dentro de vizinhanças ou comunidades económicas regionais. 


COMUNICADO À IMPRENSA Nº 2022/040/AFW

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