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REPORTAGEM 10 de julho de 2018

Eletricidade: um serviço cada vez mais universal


DESTAQUES DO ARTIGO

  • Alguns países estão começando a adotar novas e bem-sucedidas abordagens para ampliar os níveis de acesso. Um bilhão de pessoas ainda vivem sem eletricidade;
  • Pela primeira vez na África Subsaariana, o número de pessoas que obtêm acesso a eletricidade começou a superar o crescimento populacional. No sul da Ásia, o progresso foi ainda mais rápido;
  • Muito mais trabalho será necessário para universalizar os serviços até 2030, conforme estabelecido no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7. O Banco Mundial está aumentando significativamente o financiamento para programas de acesso a energia.

Carinhosamente chamada de "MiniÁfrica" ​​pelos moradores locais, Sabon Gari é um dos maiores mercados da Nigéria. Lá, pode-se encontrar qualquer coisa, como eletrônicos, roupas e brinquedos. Para obter eletricidade, as lojas costumavam depender de geradores a diesel caros. Mas hoje, graças a uma nova minirrede (mini-grid) solar, os donos de lojas gastam apenas uma fração do que costumavam usar anteriormente com eletricidade.

A mais de 8.000 quilômetros de distância, na remota ilha de Monpura, em Bangladesh, Lhota Khatun dirige um ateliê caseiro de costura, conectado a uma minirrede solar. Desde 2016, ela tem acesso a eletricidade confiável, o que lhe permite trabalhar à noite, depois que seus filhos estão na cama.

Sabon Gari e Monpura representam comunidades em todo o mundo que, hoje, são mais produtivas e prósperas por ter acesso confiável e acessível a eletricidade.

A energia está no coração do desenvolvimento. O acesso a eletricidade torna as comunidades mais seguras, ajuda as pequenas empresas a prosperar e impulsiona serviços essenciais, como escolas e clínicas. Também ajuda a fornecer um ambiente propício para investimentos, inovações e novas indústrias, que estimulam o crescimento e fornecem empregos para economias inteiras.

O Banco Mundial trabalha constantemente com os governos para adaptar soluções para atender às necessidades exclusivas de energia de cada país. Entre 2014 e 2017, o Banco ajudou a fornecer serviços de eletricidade novos e aprimorados para mais de 45 milhões de pessoas no mundo inteiro.

Na Nigéria, por exemplo, espera-se que um novo programa de eletrificação (US$ 350 milhões) atraia US$ 410 milhões em investimentos privados e crie um mercado vibrante para soluções de energia dentro e fora da rede convencional.

No Quênia, o Banco Mundial apoia mais de US$ 1,3 bilhão em investimentos em geração, transmissão, distribuição e eletricidade fora da rede (off-grid), ajudando o país a dobrar as taxas de acesso de 23% em 2009 para 56% em 2016. Um novo projeto prevê investimento de US$ 150 milhões em off-grid e tem o objetivo de conectar 240.000 famílias que vivem em áreas remotas e pobres.

E em Bangladesh, o Banco Mundial apoia o maior programa solar fora da rede elétrica do mundo, alimentando mais de 4 milhões de residências por meio de sistemas domésticos, 1.000 bombas de irrigação e 13 minirredes. Mais de 18,5 milhões de pessoas na zona rural de Bangladesh agora têm acesso confiável à eletricidade movida a energia solar por meio desse programa.


"Fizemos grandes progressos para levar eletricidade aos milhões de pessoas que mais precisam, sob condições desafiadoras. Mas não há tempo para descansar. Um bilhão de pessoas ainda não têm eletricidade hoje. Nosso compromisso é ajudar os países a replicar as abordagens bem-sucedidas para expandir rapidamente os serviços de eletricidade a todos."
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Riccardo Puliti
Diretor sênior e chefe da Prática Global de Energia e Indústrias Extrativas do Banco Mundial

Recursos para acesso e expansão

Os avanços globais são claros. Pela primeira vez na África Subsaariana, o número de pessoas que obtêm acesso a eletricidade começou a superar o crescimento populacional. A Índia está levando eletricidade para 30 milhões de pessoas por ano, mais do que qualquer outro país. E vários países pioneiros implementaram abordagens que lhes permitiram expandir rapidamente os serviços. Entre eles, estão o compromisso com os esforços de eletrificação em rede e fora da rede, o planejamento nacional de eletrificação de longo prazo e o foco na qualidade e acessibilidade.

O sucesso dessas abordagens levou a um crescimento na demanda dos países por apoio a programas de acesso a energia, o que se reflete na carteira de projetos do Banco Mundial. Nos últimos anos, a instituição forneceu uma média de US$ 900 milhões por ano em financiamento ao setor. O valor cresceu para US$ 1,4 bilhão no ano passado.

O apoio a programas de minirredes (mini-grids) e eletricidade fora da rede (off-grid) está crescendo mais rapidamente, de cerca de US$ 200 milhões por ano nos últimos anos para US$ 600 milhões no ano passado. Nos próximos quatro anos, o Banco Mundial fornecerá 20% do investimento projetado necessário para sistemas solares domésticos nos países em desenvolvimento.

O progresso recente no acesso a energia foi discutido como parte da revisão das metas globais de energia sob o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7 (ODS7) no Fórum Político de Alto Nível das Nações Unidas, em Nova York.

Embora o mundo esteja avançando em direção ao acesso universal a energia – principal meta do ODS 7 –, mais de 600 milhões de pessoas ainda não terão acesso a eletricidade em 2030 se as tendências de expansão persistirem. Isso poderia ter impactos devastadores na saúde, na educação e nas perspectivas econômicas de uma parte significativa da população mundial.

Inovações financeiras e tecnológicas

Acelerar o progresso exigirá mais participação do setor privado. O Banco Mundial está mobilizando ativamente o investimento privado para projetos de acesso a energia, ajudando a implantar políticas favoráveis, demonstrando modelos de negócios viáveis ​​e fornecendo financiamento direcionado para alavancar o financiamento comercial.

No Haiti, por exemplo, um projeto apoiado pelo Banco Mundial e os Fundos de Investimento Climático (CIF, na sigla em inglês) estabelece um fundo que fornecerá doações e empréstimos para micro e pequenas empresas. Espera-se que o projeto mobilize US$ 45 milhões em financiamento privado e ajude a levar eletricidade a 10% da população do país.

A inovação também está desempenhando um papel fundamental. O mapeamento geoespacial está mudando a cara do planejamento de eletricidade para populações não atendidas, com detalhes e precisão sem precedentes. Por exemplo, a Agência de Eletrificação Rural da Nigéria está mapeando mais de 250 sites para o desenvolvimento de minirredes com base nessa tecnologia.

O Banco Mundial está empenhado em ajudar os países a aproveitar essas inovações – tecnológicas, financeiras e políticas – para acelerar a expansão de serviços de eletricidade confiáveis ​​e acessíveis, e acabar com a pobreza energética.


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