O PIB real contraiu-se 2,4% em termos homólogos no primeiro semestre de 2025, principalmente devido a quedas nos sectores da indústria e dos serviços. A economia permanece frágil, afectada por agitação pós-eleitoral, pressões fiscais, escassez de divisas e baixa confiança dos investidores. O projecto de gás Coral Sul, que atingiu plena capacidade em 2024, contribui agora minimamente para o crescimento.

A inflação caiu para 4% nos primeiros sete meses de 2025, impulsionada pelo comércio transfronteiriço melhorado com a África do Sul, que reduziu os preços dos alimentos. Em resposta, o Banco Central flexibilizou a política monetária, reduzindo a taxa de referência para 10,25% e o requisito de reservas sobre depósitos em moeda local de 39% para 29%. No entanto, o crescimento do crédito ao sector privado permanece fraco, em 4% em termos homólogos.

Prevê-se que o crescimento do PIB seja de 1,8% em 2025, aumentando gradualmente para 3,5% até 2027, impulsionado pela recuperação da agricultura e dos serviços. O défice fiscal deverá alargar-se para 6,2% do PIB em 2025, devido à redução das receitas, aumento dos custos salariais e serviço da dívida interna. A consolidação fiscal a médio prazo depende do controlo da massa salarial.

Os riscos para as perspectivas incluem choques climáticos, atrasos em projectos de GNL, problemas de segurança no Norte e crescentes pressões fiscais e cambiais.

A taxa nacional de pobreza aumentou de 48,4% para 62,9% entre 2014/15 e 2022, com mais 7 milhões de moçambicanos a cair na pobreza, totalizando 20,4 milhões. Este aumento é atribuído à crise da dívida oculta, à COVID-19 e a desastres naturais. A pobreza está concentrada em Nampula e Zambézia, que albergam 46% dos pobres. A produtividade agrícola persistentemente baixa, que sustenta a maioria dos agregados familiares pobres, continua a dificultar a redução da pobreza.

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