Desde 2015, Moçambique tem enfrentado choques persistentes — da crise da dívida oculta à insurgência no Norte — que fragilizaram o crescimento económico, fortemente dependente dos extractivos.

A pobreza rural permanece enraizada, com mais de 70% da população empregada na agricultura, marcada por baixa produtividade e investimento. A informalidade domina o mercado de trabalho, representando mais de 80% do emprego, enquanto infra-estruturas deficientes, baixo capital humano, desigualdade e subemprego limitam a inclusão e a transformação estrutural.

Em 2024, a massa salarial e os juros consumiram 91% da receita fiscal, comprometendo investimentos essenciais. A escassez de competências, fracas ligações ao mercado de trabalho e a desvalorização da mulher agravam os constrangimentos ao crescimento. Os serviços básicos são prestados de forma desigual e as redes de protecção social continuam limitadas, alimentando a fragilidade.

Para promover resiliência, inclusão e criação de empregos, é crucial conter a massa salarial, melhorar a eficiência da despesa, gerir eficazmente a dívida e as receitas do gás natural, investir em educação e infra-estruturas, reduzir disparidades regionais e implementar reformas regulatórias.

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