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COMUNICADO À IMPRENSA 7 de novembro de 2018

As Economias Emergentes e em Desenvolvimento Enfrentarão Desafios se a Inflação Global Subir

A inflação em queda nas últimas décadas deve-se em grande parte a forças globais, afirma estudo abrangente

TOQUIO, 7 de novembro – Uma maior aceleração ascendente da inflação global a partir de níveis baixos sem precedentes pode prejudicar esforços nas economias emergentes e em desenvolvimento para manter o ambiente de inflação baixa alcançado nas últimas décadas, afirma o Banco Mundial em uma análise pioneira da inflação nos países emergentes e em desenvolvimento.

Os efeitos negativos da inflação alta atingem de forma desproporcional os pobres, que mantêm a maior parte de seus ativos em dinheiro e dependem fortemente da renda salarial, benefícios de bem-estar social e pensões, afirma o Banco Mundial no documento Inflation in Emerging and Developing Economies: Evolution, Drivers, and Policies [A inflação nas economias emergentes e em desenvolvimento: evolução, fatores e políticas]. A inflação alta também está historicamente associada a um crescimento econômico mais lento, o que faz com que os esforços para manter a inflação baixa e estável sejam cruciais para reduzir a pobreza e a desigualdade, afirma o Banco Mundial.

“A pesquisa recente sobre a inflação, suas causas e características ignora em grande parte o seu impacto nas economias emergentes e em desenvolvimento. Este trabalho fecha esta lacuna”, disse o Economista Chefe em exercício do Banco Mundial e Diretor Sênior para Economia do Desenvolvimento, Shanta Devarajan. “O novo estudo será extremamente valioso para a formulação de políticas que irão proteger as pessoas e as economias mais vulneráveis dos efeitos regressivos da inflação alta”.

Para investigar o impacto da inflação nas economias emergentes e em desenvolvimento, o Prospects Group do Banco Mundial produziu a primeira análise abrangente da inflação e de suas implicações para essas economias em muito tempo. O novo estudo também inclui um conjunto de dados sobre a inflação global que cobre mais de 175 países de 1970 a 2017.

O estudo documenta a confluência de fatores estruturais e de políticas que deram origem a uma inflação global baixa nas últimas cinco décadas. Entre estes, destacam-se o comércio internacional sem precedentes e a integração dos mercados financeiros. A adoção de estruturas de políticas monetárias, cambiais e fiscais mais resilientes entre algumas economias emergentes e em desenvolvimento facilitou um melhor controle da inflação. No entanto, os fatores externos que mantinham a inflação sob controle nas últimas décadas podem estar perdendo o ímpeto ou em retrocesso.

“Muitas economias emergentes e em desenvolvimento registraram um declínio extraordinário da inflação nas últimas cinco décadas. Trata-se de um feito monumental”, afirma o Diretor do Grupo de Perspectivas da Economia do Desenvolvimento, Ayhan Kose, coeditor do documento. “No entanto, em uma economia global altamente integrada, manter a inflação em níveis baixos pode ser tão difícil como conseguir níveis baixos de inflação. Essas economias precisam estar prontas para mudanças súbitas em termos da inflação global fortalecendo suas estruturas de políticas monetárias, fiscais e financeiras”.

Com ênfase nos países emergentes e em desenvolvimento, o estudo observa a evolução da inflação e os fatores internos e externos que a influenciam; de que maneira as expectativas de inflação afetam a estabilidade dos preços; e como as flutuações cambiais podem infiltrar e provocar inflação. O estudo ainda analisa especificamente de que maneira a política monetária e os movimentos dos preços dos alimentos afetam a inflação nos países de baixa renda.

“É necessária uma abordagem política mais nuançada para mitigar o impacto dos choques dos preços globais de alimentos na pobreza sem efeitos secundários negativos”, disse a Gerente do Grupo de Perspectivas da Economia do Desenvolvimento do Banco Mundial, Franziska Ohnsorge, coeditora do documento. “A utilização de determinadas políticas comerciais para insular os mercados internos dos choques dos preços dos alimentos pode complicar a volatilidade dos preços globais e, em última análise, ser contraproducente em termos de proteger as pessoas mais vulneráveis. Em vez disso, políticas de armazenamento e intervenções específicas na rede de proteção social podem mitigar o impacto negativo dos choques e evitar os impactos de distorção mais amplos de outras políticas”.

Leia o relatório Inflation in Emerging and Developing Economies: Evolution, Drivers and Policies  [A inflação nas economias emergentes e em desenvolvimento: evolução, fatores e políticas]

As principais constatações da pesquisa foram:

  • O ciclo de inflação global parece ter surgido nos anos 2000s. Desde 2001, os movimentos globais da inflação respondem por uma parcela substancial da variação inflacionária nos mercados avançados e emergentes e nas economias em desenvolvimento. A influência deste ciclo global inflacionário tem sido mais marcante nos países mais desenvolvidos e mais integrados na economia mundial.
  • O ciclo de inflação global sofre flutuações em razão dos movimentos registrados na demanda global e das mudanças bruscas dos preços do petróleo.
  • As expectativas de inflação nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento são mais sensíveis à evolução de fatores internos e externos do que as expectativas de inflação nas economias avançadas. Os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento com nível mais baixo de dívida pública e maior abertura comercial tendem a enfrentar expectativas de inflação mais bem ancoradas.
  • Os movimentos cambiais podem amplificar o impacto das forças globais na inflação nacional dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento. Uma maior credibilidade e independência do banco central estão associadas a infiltrações significativamente mais baixas das flutuações cambiais nas pressões inflacionárias. A tendência descendente de infiltração cambial nos últimos 20 anos pode refletir em parte melhores políticas do banco central e expectativas de inflação mais firmemente ancoradas.
  • Um melhor desempenho dos países de baixa renda em termos de inflação parece refletir em grande medida as forças externas. Com a alta da inflação global, os países de baixa renda também podem observar aumento das pressões inflacionárias.

COMUNICADO À IMPRENSA Nº 2019/xxx/DEC

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