COMUNICADO À IMPRENSA

O BM (Banco Mundial) estimula os países em desenvolvimento a fortalecerem os princípios domésticos para superar o distúrbio econômico global

12 de junho de 2012




WASHINGTON, 12 de junho de 2012 – Os países em desenvolvimento devem se preparar para um longo período de volatilidade na economia global, reenfatizando estratégias de desenvolvimento em médio prazo, ao mesmo tempo em que se preparam para os momentos difíceis, conforme declara o Banco Mundial no recém-lançado Global Economic Prospects (GEP), junho de 2012.

O ressurgimento de tensões nos países europeus de maior renda diminuiu os lucros obtidos durante os quatro primeiros meses deste ano, causando uma repercussão na atividade econômica tanto nos países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos e uma maior probabilidade de aversão aos riscos entre os investidores. Desde o dia 1º de maio, aumentou a agitação do mercado. Os mercados dos países em desenvolvimento e de maior renda perderam cerca de 7%, desperdiçando dois terços dos lucros ao longo dos últimos quatro anos. A maioria dos preços das mercadorias industriais está sendo reduzida, com reduções de preços de matéria-prima e cobre em 19 e 14 por cento, respectivamente, enquanto as moedas dos países em desenvolvimento se desvalorizaram em relação ao dólar, pois o capital internacional disparou como patrimônio protegido, a exemplo dos títulos públicos alemães e norte-americanos.

Até agora, as condições da maioria dos países em desenvolvimento não se deterioraram tanto quanto no último bimestre de 2011. Fora da Europa, Ásia Central, Oriente Médio e Norte da África, as taxas de negociação de crédito padrão dos países em desenvolvimento (CDS), um indicador-chave do humor do mercado, permanecem bem abaixo dos limites máximos do outono de 2011.

“´É provável que o mercado global de capitais e a tendência dos investidores permaneçam voláteis ao longo do primeiro semestre – dificultando o estabelecimento da política econômica. Nesse contexto, os países em desenvolvimento devem focalizar em reformas de aumento de produtividade e investimento em infraestrutura, ao invés de reagirem às mudanças cotidianas do ambiente internacional,” disse Hans Timmer, Diretor de Desenvolvimento de Prospectos do Banco Mundial.

A incerteza crescente adicionará obstáculos preexistentes a partir da redução de orçamento, restrições da desaceleração do setor bancário e da capacidade dos países em desenvolvimento. Como resultado, o Banco Mundial prevê que o crescimento dos países em desenvolvimento será reduzido a um percentual relativamente pequeno de 5,3 % em 2012, antes de aumentar razoavelmente para 5,9 % em 2013 e 6,0 % em 2014. O crescimento dos países de maior renda também será fraco: 1,4, 1,9 e 2,3 % para 2012, 2013 e 2014 respectivamente – com redução do PIB na região do euro em 0,3 % em 2012. Em geral, o crescimento do PIB global está previsto em 2,5, 3,0 e 3,3 %(1) para o mesmo período.

Este contexto da linha de base continua sendo o resultado mais provável. Contudo, caso a situação da Europa se complicasse muito, nenhuma região em desenvolvimento seria poupada. Os países europeus em desenvolvimento e a Ásia Central são especialmente vulneráveis por conta de seus vínculos comerciais e financeiros fechados com os países europeus de maior renda, mas os países mais pobres do mundo também sentirão o efeito – especialmente os países que contam principalmente com remessas, turismo e exportação de mercadorias ou que apresentam altos níveis de dívidas de curto prazo.

Sempre que possível, os países em desenvolvimento precisam tomar medidas para redução de vulnerabilidades, diminuindo os níveis de dívidas de curto prazo, reduzindo os déficits do orçamento e voltando a um estágio mais neutro da política monetária. Essa ação proporcionará mais tolerância para flexibilização da política, caso as condições globais piorem radicalmente,” disse Andrew Burns, Gerente de Macroeconomia Global e principal autor do relatório.

Destaques regionais

O crescimento da região do Leste Asiático e do Pacífico é uma tendência moderadamente tranquila, com uma diminuição de lucros do PIB de 8,3 % em 2011 em relação aos 9,7 % de 2010. Espera-se que a recente deterioração das condições financeiras junte-se às condições adversas preexistentes, inclusive a demanda relativamente fraca dos países de maior renda e uma fase de desaceleração da China para moderação do crescimento regional para 7,6 % em 2012, antes que a recuperação global mais abrangente elevasse as exportações e o crescimento da região em 2013 para 8,1 %, diminuindo para 7,9 % em 2014. Espera-se que o PIB da China aumente de 8,2 % em 2012 para 8,4 % em 2014.

Apesar do declínio econômico da região do euro no quarto bimestre de 2011, o desenvolvimento da Europa e Ásia Central mostrou forte crescimento (5,6 %) em 2011, impulsionado pela grande demanda doméstica e pelas boas safras de países como a Rússia, Romênia e Turquia. Entretanto, as péssimas condições climáticas do início de 2012, as restrições na capacidade de alguns países, a desaceleração dos bancos europeus e a turbulência recorrente dos países europeus de maior renda refletem-se no baixo crescimento do PIB regional de 3,3 % este ano, antes do início de uma modesta recuperação, com o crescimento consolidado entre 4,1 e 4,4 % para 2013 e 2014.

O crescimento da região da América Latina e do Caribe aumentou 4,3 % em 2011, dos 6,1 % em 2010, por conta da redução considerável das maiores economias da região. No Brasil, o PIB caiu consideravelmente 2,7 % em 2011 (7,5 % em 2010), enquanto o aumento de investimentos e o consumo individual se estabilizaram. A perspectiva de curto prazo da região é obscurecida por um ambiente externo enfraquecido e por restrições na capacidade de economias selecionadas. Espera-se que o PIB regional GDP seja desacelerado em 3,5 % em 2012, consolidando-se em 4,1 % e 4 % entre 2013 e 2014, respectivamente, enquanto se prevê que o crescimento no Brasil permanecerá abaixo dos prováveis 2,9 % em 2012, antes da aceleração para 4,2 % em 2013 e para 3,9 % em 2014.

A incerteza, volatilidade e mudança política continuam a caracterizar as condições na região do Oriente Médio e Norte da África. O PIB total cresceu em 1 % em 2011, com redução de 3,8 % em 2010. Estima-se que o crescimento regional permaneça abaixo de 0,6 % em 2012, refletindo principalmente a influência das sanções ao crescimento no Irã e as reduções contínuas do PIB na Síria e no Iêmen. Enquanto estes elementos diminuem sua importância, o crescimento da região deve chegar a 2,2 % em 2013 e 3,4 % em 2014. Estima-se que a economia do Egito saia do vermelho para 1,4 % de crescimento em 2012, aumentando para 4,6 % em 2014. Também se espera atingir um forte crescimento na Jordânia e no Líbano, na medida em que os preços do petróleo, que se estimam em uma média próxima dos $107 bilhões em 2012, beneficiarão os exportadores de petróleo da região.

O crescimento no Sul da Ásia foi reduzido em 7,1 % em 2011, dos 8,6 % em 2010, pois o efeito contrário da crise na região do euro causou uma desaceleração constante nas exportações e um retrocesso dos influxos das carteiras. O crescimento na Índia foi particularmente fraco, devido à política monetária, atraso nas reformas e déficits de energia elétrica, que, ao lado dos problemas fiscais e de inflação, reduzem a atividade de investimentos. As incertezas nas políticas, déficits fiscais, inflação consolidada e carências na infraestrutura continuarão a influenciar negativamente na atividade de investimentos e estima-se que isso limitará o crescimento regional em um percentual relativamente modesto de 6,4 em 2012, 6,5 % em 2013 e 6,7 % em 2014. A Índia verá um aumento no crescimento (mensurado pelo fator custos) de 6,9 %, 7,2 % e 7,4 % nos anos fiscais 2012-13, 2013-14 e 2014-15, respectivamente.

O crescimento econômico da África Subsaariana permaneceu forte em 2011, a um percentual de 4,7 %. Com exceção da África do Sul, o crescimento do restante da região foi mais forte, a um percentual de 5,6, tornando-a uma das regiões de mais rápido crescimento. Os preços mais altos das mercadorias e a maior estabilidade macroeconômica e política dos últimos anos respaldaram o aumento dos fluxos de investimentos privados na região, com perspectivas promissoras em médio prazo. À medida que a demanda global se consolida e a demanda doméstica continua forte, estima-se que o crescimento regional seja fortalecido em 5 % em 2012, 5,3 % em 2013 e 5,2 % em 2014.

(1) Utilizando parâmetros de igualdade do poder de aquisição, o crescimento global seria de 3,3, 3,9 e 4,2 % para 2012, 2013 e 2014, respectivamente.

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COMUNICADO À IMPRENSA Nº
2012/500/DEC

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