COMUNICADO À IMPRENSA

O Brasil e a África Subsaariana Buscam Laços Políticos e Econômicos mais Fortes: novo relatório

14 de dezembro de 2011




BRASÍLIA, 14 de dezembro de 2011 – O novo relatório lançado pelo Banco Mundial e o think-tank brasileiro, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), afirma que o comércio, o investimento privado e outras formas de cooperação econômica entre a África Subsaariana e o Brasil registraram forte incremento na última década, tanto que a receita do comércio entre as duas regiões é hoje superior a US$ 20 bilhões e continua em alta. O investimento privado do Brasil na África Subsaariana também vem crescendo rapidamente, especialmente em áreas como infraestrutura, energia e mineração.

 

Segundo o novo estudo ― Ponte sobre o Atlântico, Brasil e África Subsaariana: parceria para o crescimento ― ’a nova África coincide com o Brasil global’, em um momento de mudanças globais dramáticas, com a crise econômica profunda no Norte, a arquitetura financeira em rápida transformação e os atores econômicos emergentes e de renda média exercendo cada vez mais influência sobre importantes decisões mundiais. 

 

O relatório descreve as fortes ligações históricas e culturais entre o Brasil e a África, bem como suas características climáticas semelhantes.  Estando, em um dado momento, vinculados em razão do tráfico transatlântico de escravos, há mais de 200 anos, as duas regiões vem, no momento, forjando parcerias vigorosas por meio do intercâmbio de conhecimentos, comércio e investimentos. O Brasil possui a maior Diáspora africana, depois da Nigéria, e mais de 50% da população brasileira é de descendência africana.  A partir de 2002, durante o governo do Presidente Lula, o governo brasileiro reafirmou continuamente o interesse do Brasil em contribuir para o desenvolvimento de seu vizinho continental.

 

O Brasil e a África são parceiros naturais. Com as economias emergentes desempenhando um papel maior na agenda global e o fortalecimento de novos arranjos Sul-Sul, o modelo tradicional de ‘cooperação para o desenvolvimento’ vem sendo questionado”, afirma a Vice-Presidente do Banco Mundial para a África, Obiageli Ezekwesili, cuja equipe regional foi responsável pela co-elaboração do novo estudo. “Esse modelo de assistência baseado no ‘Norte desenvolvimento’ que presta assistência ao ‘Sul em desenvolvimento’ não é mais válido. Dessa forma, este relatório proporciona conhecimento substancial que possibilitará a nós, aos governos africanos e ao governo brasileiro continuar a forjar parcerias concretas que virão a gerar resultados positivos para as duas regiões”.

 

O crescimento econômico do Brasil, seu sucesso na redução das desigualdades sociais e sua experiência de desenvolvimento oferecem lições importantes para os países africanos. O Brasil conta, no momento, com 37 Embaixadas na África, comparado a 17 em 2002. Da mesma forma, Brasília é sede do maior número de Embaixadas africanas no hemisfério sul; foram recentemente inauguradas 17, somando-se às 16 já existentes. Em 2010, 57,2% do investimento brasileiro em projetos internacionais de desenvolvimento destinava-se à África, o maior recipiente, seguido pela América Latina com 37,4%. 

 

 

"O compromisso do Brasil com a África é inabalável. Antes mesmo de completar 10 meses no cargo, a Presidente Dilma Rousseff já esteve no continente, tendo visitado Angola, Moçambique e África do Sul em outubro. O modelo de cooperação do Brasil com a África – que se baseia no respeito mútuo e no reconhecimento das necessidades locais – não é positivo somente para a África e para o Brasil. Pode também servir como modelo para outros países e regiões do mundo em desenvolvimento. Em um momento em que a maior parte dos países ricos enfrentam seus próprios problemas econômicos, os países em desenvolvimento devem ser tanto criativos como proativos a fim de encontrar formas para sair da pobreza", afirma Sua Excelência Mauro Vieira, Embaixador do Brasil em Washington.

 

O comércio entre o Brasil e a África passou de US$ 2 bilhões, em 2000, para US$ 12 bilhões, em 2010. Ainda existem gargalos em áreas como transportes (tanto marítimo como aéreo), telecomunicações e fluxos de informações que contribuem para limitar o volume de comércio. No entanto, a expectativa é de que isso venha a mudar no curto e médio prazo com o crescimento contínuo das economias africanas. As empresas brasileiras registram presença na África desde os anos 1980, em particular, nos países de língua portuguesa. Atualmente, estão também presentes em países de língua inglesa e francesa, realizando investimentos em infraestrutura, mineração, petróleo e energia. As médias e pequenas empresas do Brasil estão voltadas para o desenvolvimento de mercados de classe média, e as empresas maiores vêm diversificando sua área de atuação.

 

A cooperação Sul-Sul entre o Brasil e a África que se baseia na troca de conhecimentos, comércio e investimentos apresenta importantes lições para o Banco Mundial, cuja recém‑aprovada Estratégia para a África destaca as parcerias Sul-Sul como ferramentas essenciais para a implementação da nova estratégia.

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COMUNICADO À IMPRENSA Nº
2012/199/AFR

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