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REPORTAGEM 20 de março de 2018

São Paulo, Brasil: investimento em infraestrutura ajudou a metrópole a superar a crise hídrica


Até pouco tempo, a Grande São Paulo, com quase 22 milhões de habitantes, esteve muito perto de ficar sem água. Uma estiagem fez com que, entre 2014 e 2016, a Região Metropolitana vivesse sua pior crise hídrica, superando a de 1953. Com isso, os reservatórios esvaziaram rapidamente, em especial o do sistema Cantareira, responsável por atender a quase 10 milhões de pessoas. 

"O que tivemos em 2014 foi metade do pior ano observado em quase um século e um quarto do que seria normal a fluir nos reservatórios. Nós não estávamos preparados para isso. O sistema de abastecimento de São Paulo tinha sido imaginado para resistir a uma seca parecida com aquela que tinha existido em 1953, que já era metade do normal. Mas metade da metade, não", explica Jerson Kelman, presidente da SABESP.

São Paulo superou a crise porque voltou a chover sobre os reservatórios, porque a população economizou água e foram feitos investimentos para garantir um fornecimento mais robusto. Com apoio do Banco Mundial, no âmbito do Programa Mananciais, a SABESP concluiu duas obras-chave. 

Uma delas é a estação de tratamento por membrana ultrafiltrante, capaz de remover partículas mais finas do que um fio de cabelo. Ela trata água fornecida pela Represa de Guarapiranga. Assim, a Sabesp consegue abastecer áreas antigamente atendidas pelo Sistema Cantareira, reduzindo a demanda sobre ele. O Banco financiou a segunda etapa da obra, o que aumentou em 1 metro cúbico por segundo a capacidade da Estação Alto da Boa Vista. 

A outra obra foi a de transferência de até 4 metros cúbicos por segundo da Represa Billings, no trecho do Rio Pequeno para o trecho do Rio Grande, e daí para a Represa de Taiaçupeba. Ela faz parte do Sistema Alto Tietê, responsável por abastecer 20% da população de São Paulo.

"O sistema Alto Tietê já tinha socorrido o Cantareira em um dos momentos da crise, naquele momento precisava ser suprido e foi uma obra de fundamental importância para a manutenção do abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo durante a crise hídrica", explica Guilherme Paixão, superintendente de gestão de empreendimentos da diretoria metropolitana. 

"Considerando-se que com cada metro cúbico você abastece de 250 mil a 300 mil pessoas, com 4 metros cúbicos por segundo, é possível atender a uma população entre 1 milhão e 1.2 milhão de pessoas", acrescenta.

O Banco Mundial e a Sabesp têm uma longa história de colaboração, como lembra Jerson Kelman. Por meio do Programa Mananciais, o Banco se tornou a única agência multilateral a financiar obras contra a crise hídrica em São Paulo.  

"No caso específico da seca, nós tínhamos um financiamento em andamento com obras relacionadas a saneamento e o Banco Mundial compreendeu que, numa situação como aquela que nós vivíamos, o essencial era buscar novas fontes de água para garantir um mínimo de sustentabilidade no abastecimento", lembra Kelman.

"Nós estávamos, durante a crise, produzindo algo como 50 metros cúbicos por segundo. Somando as duas obras que receberam contribuição do Banco Mundial, tem-se 5 metros cúbicos por segundo ou 10% do que nós estávamos conseguindo produzir, o que é muito relevante", completa.

As duas obras de infraestrutura, entre outras, ajudarão São Paulo a resistir melhor às mudanças do clima e seguir abastecendo a população pelos próximos anos.



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