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REPORTAGEM 22 de fevereiro de 2018

Preservar a Amazônia gera empregos e paz para a América Latina

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Cerca de 22 milhões de pessoas habitam a área da Bacia Amazônica e tiram seu sustento dela

 

Agência Brasil


Iniciado no Brasil, programa de criação de áreas protegidas se expande para Peru e Colômbia. Objetivo seguinte é alcançar mais seis países

Tudo na Amazônia é colossal. Com uma área total estimada em 4 milhões de km2, ela cobre nove países da América do Sul. Sua biodiversidade inclui mais de 16 mil espécies de árvores conhecidas. Um quinto de toda a água do planeta está lá. Cerca de 22 milhões de pessoas habitam a área da Bacia Amazônica e tiram seu sustento dela.

Uma nova iniciativa para proteção da maior floresta tropical pluvial contínua do mundo também chama a atenção pela grandiosidade. O Programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia compreende cinco projetos em três países da região: um no Brasil, dois na Colômbia e o mesmo número no Peru, que representam 83% da Bacia Amazônica. Esses foram os primeiros contemplados pela iniciativa, que começa com um investimento de US$ 113 milhões e aos poucos pretende se estender aos seis países restantes.

Só o projeto no Brasil, por exemplo, totaliza investimentos de US$ 60 milhões e foi assinado recentemente pelo governo brasileiro, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a Conservação Internacional (CI-Brazil). O Banco Mundial, agência executora do Global Environment Facility (GEF), coordena o Programa ASL e lidera uma plataforma de intercâmbio de conhecimento e monitoramento.

Duas frentes, um objetivo: conservar a biodiversidade

Esse esforço tem duas frentes. A primeira é de continuidade ao Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), que completou 15 anos em 2017 e consiste na principal estratégia brasileira de conservação do bioma (veja mais dados no infográfico). Após criar e fortalecer a gestão de mais de 60 milhões de hectares de áreas protegidas, o projeto busca conectá-las, apoiar pequenos produtores rurais na implementação do Código Florestal e aprimorar o trabalho feito pelos governos dos nove estados amazônicos.

“Com tudo isso, o Brasil contribuirá para a implementação dos compromissos do Acordo de Paris, que busca limitar o aumento da temperatura global a 1,5º C acima dos níveis pré-industriais”, afirma Adriana Moreira, do Banco Mundial, coordenadora do ARPA e do programa regional Paisagens Sustentáveis da Amazônia.


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A segunda frente é a de expansão internacional do trabalho desenvolvido desde 2002 com o ARPA. Um programa que conecte diferentes países obriga as autoridades locais a pensar de forma integral a Bacia Amazônica e sua biodiversidade, explica Adriana Moreira: “A Bacia representa uma grande reserva de água potável e essa visão ampla é fundamental para a utilização sustentável e a conservação do ecossistema”.

Levar em conta a biodiversidade e a dimensão humana também faz parte dessa iniciativa. Na Colômbia, por exemplo, os projetos do Programa Paisagens Sustentáveis da Amazônia têm foco na implantação de polos agroflorestais, espaços de produção familiar agrícola que possibilitam a gerar emprego e renda para as populações deslocadas pelos conflitos relacionados com o narcotráfico, além de contribuir para o processo de paz.  

A exemplo do Brasil, com o ARPA, tanto o Peru quanto a Colômbia estão criando fundos de financiamento a longo prazo do sistema de áreas protegidas da Amazônia. Assim, será possível que esse trabalho de grande escala mantenha a sustentabilidade ao longo do tempo.



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