REPORTAGEM

Na Bahia, presidente do Banco Mundial elogia hospital que oferece serviços de qualidade aos mais pobres

4 de março de 2013



DESTAQUES DO ARTIGO
  • Aproximadamente 280 mil pessoas já foram tratadas no primeiro hospital brasileiro em sistema público-privado.
  • O Hospital do Subúrbio, que abriu em 2010, foi também o primeiro a ser construído em Salvador em 20 anos.
  • O local atende a 11 bairros pobres, que concentram 25% da população de Salvador.

Quando se olha o Hospital do Subúrbio por fora, tudo parece tranquilo, a julgar pela fachada branca, pelos jardins e pelas palmeiras cujas folhas balançam ao vento. Dentro, a história é outra.

No local, com tecnologia de ponta, já foram feitos mais de 1,8 milhão de procedimentos desde 2010. O local oferece serviços de alta complexidade a algumas das famílias mais carentes de Salvador, na Bahia.

O hospital, uma parceria público-privada (PPP), também criou 1.200 empregos locais. Todos os aspectos da estruturação da PPP foram assistidos pela Corporação Internacional Financeira (IFC), o braço do Banco Mundial para o setor privado.

O modelo prevê uma concessão de 10 anos, renovável pelo mesmo período. Durante esse tempo, o consórcio será responsável por equipar, manter e operar todos os serviços do hospital.

Parceria de sucesso

O projeto do Hospital do Subúrbio foi considerado, em 2012, um dos mais inovadores do mundo, segundo a consultoria global KPMG. Isso se deve, entre outros motivos, ao sistema de metas com que a equipe trabalha.

"Trata-se de um exemplo do que conseguimos fazer quando trabalhamos com o Estado e, ao mesmo tempo, trazemos a experiência do setor privado para oferecer serviços de saúde de qualidade aos mais necessitados", disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, depois de visitar o local.

Salvador foi a primeira parada do presidente em uma visita oficial de três dias ao Brasil.

Ele escolheu o estado nordestino porque a parceria do Banco com a Bahia "reflete bem a visão e os resultados que podemos alcançar juntos, com um objetivo em comum: ajudar a reduzir a pobreza e criar oportunidades para todos os cidadãos".

Kim estava acompanhado pelo governador da Bahia, Jaques Wagner, e pelo chefe executivo do IFC, Jin-Yong Cai.


" Trata-se de um exemplo do que conseguimos fazer quando trabalhamos com o Estado e, ao mesmo tempo, trazemos a experiência do setor privado para oferecer serviços de saúde de qualidade aos mais necessitados "

Jim Kim

Presidente do Grupo Banco Mundial

Agilidade sempre

Manter a fama de provedor de serviços de primeira linha é uma das prioridades da equipe do hospital.

Uma das provas disso está em um incidente ocorrido em fevereiro último. Em pleno sábado de carnaval baiano, técnicos do laboratório de hemodinâmica -- onde são feitos 1.600 exames de sangue por dia -- descobriram que uma das principais máquinas estava quebrada.

No entanto, eles não precisaram se preocupar por muito tempo.

"O equipamento foi consertado em apenas 18 horas", lembra Lícia Cavalcante, diretora gerente. "Enquanto isso, continuamos fazendo exames e entregando resultados porque a operadora do consórcio tem outro hospital em Salvador."

Modelo pioneiro

O Hospital do Subúrbio foi aberto em setembro de 2010. É o primeiro no Brasil a funcionar em um modelo de parceria público-privada (PPP). Também foi o primeiro hospital público construído em 20 anos na região metropolitana de Salvador.

Mais de um milhão de moradores de 11 bairros pobres vivem nos arredores. isso representa aproximadamente 25% da população de Salvador.

Nos últimos dois anos, 283 mil pessos foram tratadas ali e 1,1 milhão de exames foram feitos --  número que dobrou a meta inicial.

Casos graves

"Esses números mostram o quanto os mais pobres de Salvador precisam de serviços de saúde de qualidade", avalia Cavalcante, enquanto explica que mais de 40% dos pacientes   são de casos graves.

"Muita gente nos procura porque temos boas instalações e equipe", ela completa.

O laboratório de exames de sangue -- o mesmo do incidente durante o carnaval --, por exemplo, tem equipamentos de primeira linha, segundo a coordenadora Tatiana Rodrigues.

"Fico feliz de contar com um hospital como esse no subúrbio de Salvador", comentou o estudante Luã Carvalho, que acompanhava um amigo. "A falta de transporte público na região é a única coisa ruim daqui."


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