REPORTAGEM

América Latina: líder na expansão da telefonia móvel pelo mundo

23 de julho de 2012


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Na América Latina, 84% dos lares contam com uma assinatura de telefonia móvel.

Mariana Ceratti / World Bank

DESTAQUES DO ARTIGO
  • 98% da população da América Latina recebe sinal de celular.
  • No Brasil, 92% dos lares têm um telefone móvel.
  • Os países em desenvolvimento são líderes na criação de aplicativos que promovem novas oportunidades para todos.

Mesmo nos lugares mais remotos da América Latina, não surpreende mais a imagem de alguém trocando mensagens em seu celular de última geração. Agricultores, empresários, médicos e comerciantes estão unidos por este aparelho – agora interativo – que seduziu boa parte da população do planeta.

Fazer ou receber uma chamada de celular na América Latina nunca foi tão fácil quanto agora. Segundo um novo estudo, 98% da população tem acesso a sinal de celular e 84% dos lares assinam algum serviço de telefonia móvel.

As cifras que o estudo ‘Maximizando o Acesso Móvel para o Desenvolvimento’ (em inglês) reúne mundialmente também são impressionantes: 75% da população têm acesso a celulares e há cerca de 6 bilhões de assinaturas.

O uso de internet nos celulares vem subindo desde 2005 e representando 24% de todas as assinaturas móveis na Venezuela e 21% no México. Ao mesmo tempo, esse fato permitiu que regiões antes sem acesso fossem incorporadas ao mundo online.

Exemplo a seguir

Com relação à transição tecnológica de 2G a 3G, a América Latina é vista como um exemplo a seguir, segundo o estudo. Mas o relatório também mostra que, ao longo dos últimos cinco anos, vários países de renda média na região não desenvolveram todo o potencial que tinham.

Na média, 81% das assinaturas na América Latina são pré-pagas, enquanto nos países de renda alta o percentual cai para 36% – e, na África Subsaariana, sobe para 96%. Em 2010, falou-se em média 141 minutos ao mês. A única exceção foi a Argentina, onde o número de chamadas caiu entre 2005 e 2010 e a grande maioria dos usuários (97%) usou mensagens de texto para se comunicar regularmente.

A Nicarágua é o país latino-americano onde os celulares têm os preços mais altos – o valor fica em torno de 14,3% do Produto Interno Bruto (PIB) per capita –, embora o acesso à telefonia móvel tenha aumentado cerca de 40%.

No outro extremo, o Panamá se situa como um dos lugares onde conseguir um celular é mais barato – o preço é o equivalente a 1,5% do PIB per capita – e as assinaturas chegaram a 204 por 100 pessoas em 2010. Em 2005, havia 50 para cada 100 indivíduos.

Com relação ao Brasil, o estudo destaca os seguintes dados:

  • Em 2011, 92% dos lares têm um telefone celular, ante os 59% registrados em 2005.
  • A penetração dos smartphones ainda não chegou a 20% da população. O percentual de usuários fica atrás de países como África do Sul, Alemanha e França, e ainda bem longe dos índices de Cingapura, onde a soma ultrapassa os 80%.
  • O preço dos telephones celulares caiu entre 2005 e 2010: passou do correspondente a 11,7% do PIB per capita para 7,3%.
  • O percentual de brasileiros que usam a internet pelo celular, por sua vez, aumentou de 1,5% em 2005 para 2,7% em 2010.
  • O número de assinaturas móveis (por grupo de 100 pessoas) subiu de 46 (em 2005) para 123 (2011).
  • No maior país da América do Sul, como na Tailândia e nos EUA, aumenta a demanda por transações de alta velocidade e alto volume – e de uma tecnologia que dê suporte a isso.

" As comunicações móveis oferecem oportunidades valiosas para promover o desenvolvimento humano e econômico, desde o acesso a informações básicas de saúde até os sistemas de pagamento, o impulso à criação de empregos e os estímulos à participação cidadã em processos democráticos.  "

Rachel Kyte

Vice-presidente de desenvolvimento sustentável do Banco Mundial

Tendência global

À medida que a telefonia celular evolui, os aparelhos tornam-se muito mais do que simples ferramentas de comunicação e oferecem várias possibilidades, desde a chance de fazer transações bancárias até o acesso a informações sobre saúde.

O nível de crescimento da tecnologia móvel não tem precedentes na história. Levando-se em conta que os preços tendem a baixar, o estudo prevê que o uso de celulares continuará aumentando e se expandirá para áreas mais rurais.

“As comunicações móveis oferecem oportunidades valiosas de promoção do desenvolvimento humano e econômico, que vão desde o acesso a informações básicas de saúde até a possibilidade de fazer pagamentos, o impulso à criação de empregos e os estímulos à participação cidadã em processos democráticos”, comentou Rachel Kyte, vice-presidente de desenvolvimento sustentável do Banco Mundial.

“O desafio está agora em permitir que pessoas, empresas e governos de países em desenvolvimento criem seus próprios aplicativos móveis, pertinentes ao contexto local, de modo que possam tirar o máximo proveito dessas oportunidades”, emendou.

No novo estudo, o terceiro da série que o Banco Mundial organizou sobre tecnologias da informação e das comunicações para o desenvolvimento, são analisados o crescimento e a evolução da telefonia móvel, além do auge dos serviços baseados em dados (incluindo os aplicativos) para telefones celulares.  

O relatório ainda avalia as consequências da nova “economia dos aplicativos” no desenvolvimento, em particular na agricultura, na saúde, nos serviços financeiros e no governo – e o modo como ela vem afetando a atividade empresarial e o emprego.


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