Desenhar uma estratégia bem-sucedida de Redução de Emissões Causadas pelo Desmatamento e pela Degradação de Florestas (REDD+) é algo complexo. Isso, em parte, porque esse planejamento mexe com a complexidade envolvida nas mudanças dos incentivos econômicos e do comportamento humano com relação às florestas (e à terra em geral). É nesses aspectos que o florestamento comunitário pode ter um papel importante.
Vários países tropicais já demonstraram: a descentralização efetiva do gerenciamento dos direitos e responsabilidades sobre as florestas, quando combinada com o apoio de longo prazo das comunidades locais, pode dar origem a uma melhor administração dos recursos florestais. A REDD+ pode ajudar nesse processo.
Os intercâmbios Sul – Sul oferecem oportunidades para que os formuladores de políticas vejam como os colegas de outros países enfrentaram desafios semelhantes e descobriram novos modos de melhorar a eficiência e a eficácia de novas estratégias de REDD+.
Na nova publicação REDD+ e Florestamento Comunitário: Lições Aprendidas por meio do Intercâmbio de Experiências Brasileiras com a África, especialistas descrevem os aprendizados obtidos por meio de uma iniciativa – do Fundo Cooperativo para o Carbono das Florestas – para permitir o compartilhamento de experiências brasileiras com países africanos.
A iniciativa veio de um grupo de funcionários do Banco Mundial, com financiamento do Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF, na sigla em inglês) e coordenação da Fundação Amazonas Sustentável, com apoio técnico do Escritório Nacional das Florestas (ONF, na sigla em francês) International.
No Brasil, em fevereiro de 2011, um encontro de promoção de conhecimentos – com 10 dias de duração – reuniu especialistas e formuladores de políticas vindos de cinco países na Bacia do Congo: Camarões, Gabão, República Centro-Africana, República Democrática do Congo (Congo-Kinshasa), República do Congo (Congo-Brazzaville).
“Essa iniciativa de troca de conhecimentos vem em um momento estratégico para os países participantes, em que eles projetam estratégias nacionais para lidar com as causas do desflorestamento e da degradação das florestas”, disse André Aquino, coautor do estudo e especialista em carbono florestal.
“Os países africanos podem se beneficiar da experiência brasileira de descentralização do gerenciamento de florestas e do uso de sistemas inovadores de pagamento pelos serviços do ecossistema. O Brasil, por sua vez, pode aprender com as experiências africanas de gerenciamento das concessões florestais”, emendou.